
Rafael Mosconi,21, tenta desde 2011 vaga no curso de medicina (Foto: )
Porta de entrada para a conquista de um objetivo para alguns e a realização de um sonho para outros. Para concorrer uma vaga no ensino superior, principalmente em cursos concorridos, jovens optam por estudar em cursinhos após a conclusão do ensino médio, onde se prepararam para o tão aguardado vestibular.
A principal dificuldade é a quantidade de conteúdo
a ser estudado em
curto espaço de tempo
O semiextensivo também se torna uma opção para muitos estudantes por ter curta duração. Além de quatro horas diárias durante as aulas, os alunos se desdobram e costumam passar o dia todo na biblioteca, estudando ou esclarecendo dúvidas com os professores, que sempre estão à disposição para ajudá-los. Mas tanta dedicação nem sempre traz o retorno esperado, dependendo do nível e modalidade do curso escolhido.
A aprovação nem sempre é imediata, levando alguns estudantes a voltarem para os cursinhos, onde permanecem por uma ou mais temporadas de estudos e aprendizados.
Esse é o caso de Rafael Mosconi, 21, que pretende cursar medicina e estuda de manhã em um cursinho pré-vestibular de Maringá. Ele tenta uma vaga desde 2011 e conta que a rotina não é fácil. “Passo o dia todo estudando. Mesmo com tanto esforço a principal dificuldade é a quantidade de conteúdo a ser estudado em um curto espaço de tempo, além de matérias que preciso dominar, mesmo não gostando e não sendo a área que escolhi.”
Segundo o professor de história Mateus Sagai, a tensão e o estresse são inevitáveis, porém podem ser minimizados. “Procuro sempre alertar os alunos da importância que tem o ‘sacrifício’, para conquistarem a sonhada vaga.” E ressalta que os alunos precisam controlar a ansiedade e a tensão, sendo fundamental ter organização e uma boa administração dos estudos.
Já a estudante Rayane Brugnolle, 18, cursa semiextensivo pela segunda vez. Com o objetivo de estudar arquitetura na Universidade Estadual de Londrina (UEL) ou na Universidade Estadual de Maringá (UEM), ela prestou vestibular quatro vezes e comenta que a rotina é bem cansativa. “Estudo em torno de seis horas por dia quando não estou dentro de sala. O cursinho causa muito desgaste físico e emocional, pois exige muita dedicação.”
De acordo com a psicóloga Adriana Furlan, a ansiedade é considerada normal e até necessária para ter responsabilidade e foco, mas em excesso pode comprometer o desempenho dos candidatos. “Para controlar o nervosismo e o ‘branco’ na hora do vestibular, é aconselhável que o estudante, durante a preparação, não fique preso 24 horas por dia aos estudos. Precisa reservar pelo menos uma hora diária para o descanso e lazer.”
Para os estudantes que ainda não passaram no vestibular e continuam na luta por uma vaga, “o mais importante é levantar a cabeça, se reorganizar, encontrar um foco. O importante é acreditar na capacidade que cada um tem quando se quer algo na vida”, afirma a psicóloga.