Ao lado da mulher, Jacaré exibe com orgulho os prêmios que conquistou (Foto: Nailena Faian)
Quando se fala no Jardim Mandacaru, região norte de Maringá, logo se pensa em um lugar movimentado, com comércio, muitas pessoas e trânsito agitado. Mas o que não se sabe é que há aproximadamente 50 anos, o bairro foi palco de uma estrela do futebol maringaense. Custódio André Neto, 65, é morador do Mandacaru e explica que foi o autor do primeiro gol no Ginásio Chico Neto, em Maringá.
A história dele gira em torno do futebol de campo e de salão e até rendeu um documentário, que retrata os 50 anos do futsal em Maringá, denominado “Histórias que a bola pesada contou”, produzido pelo jornalista Antonio Roberto de Paula. Além disso, um livro em que Custódio é o personagem principal, também está sendo produzido por Antônio Roberto de Paula e Claudio Viola.
Antigamente os jogadores não tinham remuneração, jogavam por amor ao futsal e hoje são profissionais que sobrevivem desse esporte
Custódio, concluído pelo apelido de “Jacaré”, explica que em toda a carreira, somando 50 anos no futsal e futebol maringaense, fez mais gols que Pelé, chegando a aproximadamente dois mil. Começou a jogar futebol, onde hoje é o Colégio Estadual Presidente Kennedy, localizado no bairro. Era um campo de futebol e lá, passava horas jogando com os amigos. Iniciou a carreira como jogador aos 15 anos de idade, disputando futsal amador em Maringá, onde passou a jogar por vários times.
Ao lembrar o fato que lhe marcou a vida, “Jacaré” explica como foi o primeiro gol no Chico Neto. “Era o dia da inauguração do ginásio, em 1976, que estreou com o jogo quadrangular entre as seleções de Curitiba, Maringá, Campo Mourão e Londrina e o time da casa venceu o Curitiba por 1 a 0.”
No total foram mais de 40 títulos e em meio a troféus e medalhas que conquistou, está uma placa em homenagem a ele, que recebeu do jogador de futsal Falcão, em 2011. Essa foi a última partida do craque pelo Santos, que ocorreu na reabertura do ginásio Chico Neto. “Não queria ir ao jogo naquele dia, fui porque meu irmão insistiu e não imaginava que ao chegar lá, me chamariam para receber do Falcão uma homenagem por ter feito o primeiro gol no ginásio. Fiquei emocionado, porque o futebol sempre esteve no meu sangue”, revela.
Eder Lima, 26,jogador de futsal da atualidade.Ele defende o Ciagym Maringá e conta que começou a jogar bola desde criança. “Meu pai era professor de uma escolinha, então isso acabou acontecendo de uma forma natural.” O jogador explica como é representar o time da cidade. “É sempre bom ter a torcida a nosso favor, mas jogar em Maringá, que é onde nasci e cresci, é diferente, pois tenho o apoio dos amigos e da família. Então, isso dá mais motivação para correr no jogo e brigar pela bola.”
De acordo com o técnico do Ciagym Maringá, Adolpho Amorim, 46, o futsal teve grande mudança nos últimos 25 anos na cidade, passando de um esporte amador a profissional. “Antigamente os jogadores não tinham remuneração, jogavam por amor ao futsal e hoje são profissionais que sobrevivem desse esporte”, afirma.