É por meio do Jornal Matéria Prima, que nós, alunos de jornalismo, aprendemos técnicas de reportagem, passando a cada edição por um gênero jornalístico diferente: artigo, crônica, crítica de mídia, ombudsman, entrevista, reportagem e histórias de bairro.
Aqui aprendemos a ser claros e objetivos com a informação, para que o leitor possa compreendê-la corretamente. Nas reportagens de bairro, por exemplo, em que a principal função é identificá-lo para que o leitor possa se situar, nem sempre isso é possível.
Aprendemos a ser claros e objetivos com a informação, para que o leitor possa compreendê-la corretamente
Porém, os alunos de jornalismo conhecem a necessidade que alguns entrevistados ou fontes de informação têm de não se identificar e até mesmo o local em que trabalham ou moram, pois dependendo do assunto a que a reportagem se refere, pode levar ao constrangimento ou mesmo causar problemas a fonte se esta for identificada.
Na reportagem da edição 390, intitulada “Indústria desativada abriga 300 cães”, nas duas primeiras linhas é mencionado que, “uma indústria na região norte de Maringá é o lar provisório de aproximadamente 300 cachorros abandonados”. Não houve identificação do bairro em que o abrigo está localizado.
No caso em questão, o que poderia ser interpretado como erro da reportagem, na verdade foi à forma encontrada pela repórter para evitar tornar a público o endereço do abrigo e, com isso, desestimular novos abandonos de animais.

montagem- Daniela Parkuts
Conforme o Art 5º Cap II ,do Código de Ética dos Jornalistas, – Da conduta profissional do jornalista- “É direito do jornalista resguardar o sigilo da fonte”.
Segundo Eugênio Bucci, em sua obra “Sobre ética e imprensa”, (2000, p. 136) “O único segredo específico da profissão de jornalista se refere ao sigilo de fonte – ele não é obrigado a revelar sua fonte quando julgar que deve preservá-la”.
Um exemplo disso e que marcou a história do jornalismo, foi o caso Watergate em Washington, nos Estados Unidos, em 1974. O então presidente Richard Nixon, renunciou ao cargo por investigações feitas por uma fonte de informação, que ganhou apelido de “garganta profunda” e repassava as informações para os repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, do “Washington Post”.
Sua identidade foi preservada pelos jornalistas por 33 anos e só foi revelada após esse período, a pedido do próprio, pelo advogado dele.
Diante disso, é possível compreender que independentemente da fonte ser ou não divulgada, são de extrema importância as informações por ela prestadas, para que cheguem ao leitor com veracidade e clareza.